quinta-feira, 6 de agosto de 2009

“Imprevisibilidade”




Uma das coisas que mais gosto e admiro na Amazônia – e que mais tenho medo – é a “imprevisibilidade”. Num segundo o sol escaldante. No outro a chuva torrencial. Bons exemplos dessa “imprevisibilidade” – ô palavra difícil! - são a vazante de 2005, que causou uma calamidade jamais vista, e a recente cheia que desabrigou milhares de famílias de ribeirinhos e inundou o centro histórico de Manaus. A foto de hoje mostra como as coisas acontecem aqui no Planeta Água. Ela foi feita na comunidade Vista Alegre, no encontro dos rios Unini e Paunini, no Parque Nacional do Jaú, município de Barcelos. Em primeiro plano o rio Unini - calmo, sem banzeiros, à espera de um “tchibum”; em segundo plano, o que parece ser neblina na verdade é a chuva chegando: calma, sem alarde para depois desabar! Fiz esta foto com minha fiel NIKON F2 – ela já é uma senhora de mais de 40 anos! – com filme P&B Fuji Neopan ISO 400, velocidade 250 e diafragma em f8. Só deu tempo de clicar duas vezes pois um vento forte trouxe a chuva de vez pra cima da gente. Um bom fotógrafo deve estar sempre atento. Valeu ficar todo encharcado!

Paulo Freire é diretor de cena e diretor de fotografia